IGREJA / MERCADO 2

“Deixa-nos ir, pois, caminho de três dias ao deserto, para que ofereçamos sacrifícios ao Senhor, nosso Deus...” Ex 5.3


Na semana passada começamos a trabalhar este assunto, e queremos concluí-lo. Percebemos que é cada vez maior a entrada e influência do “mercado” na igreja. Houve um tempo em que o domingo era exclusivo para as famílias descansarem e fazerem a opção por escolher uma igreja onde cultuar Jesus.


Hoje o mercado está aberto e “disputa” o tempo das pessoas, ele “rouba” o tempo dos crentes e desvia a atenção que deveria ser exclusiva de Deus. Precisamos estar atentos a esta entrada de coisas estranhas no culto ao Senhor, pois os dias são maus.


Quando o Senhor falou a Moisés no deserto de Midiã, deu-lhe ordem e autoridade para tirar o seu povo do Egito e caminhar três dias para adorá-lo longe. O Senhor sabia da influência e poderio do Egito sobre aquele povo. Estavam ali há mais de quatro séculos e poderiam ter se acostumado como muita coisa errada, e, a partir daí, achar normal o que Deus chama de pecado. O tão conhecido “nada a ver”, ou o já experimentado “que tem isso demais?” poderiam estar muito enraizados na mente do povo. O Senhor tiraria Israel do Egito com relativa facilidade, o problema maior era tirar o Egito de dentro de Israel. Os milagres e pragas exercidos no Egito, por Moisés, tinham também essa função.


Para adorar o Senhor no deserto era imprescindível sair do Egito. Ainda hoje é assim, pois, nada do Egito serve para adoração ao Senhor. Ao Senhor se agrada pela fé (Hb 11.6). “Deixa-nos ir, pois, caminho de três dias ao deserto, para que ofereçamos sacrifícios ao Senhor, nosso Deus...” (Ex 5.3) – Ir ao deserto para adorar ao Senhor... O que tem no deserto que possa favorecer à adoração ao Senhor? Deserto é um lugar desprovido de brilho, de conforto, de sombra; assim sendo, a nossa atenção não se desviará para nenhum outro lugar ou nenhuma outra pessoa. O Egito não é mais o nosso lugar, de lá já saímos e nunca mais retornaremos. O próprio Deus disse que precisa haver distinção entre nós e os egípcios (“Farei distinção entre o meu povo e o teu povo” – Ex 8.23).


Precisamos sair do “Egito” e nos afastar das mídias sociais para oferecer ao Senhor um culto de adoração. Nosso Deus requer exclusividade no culto: “Não terás outros deuses diante de mim”. (Ex 20.3). Por isso não podemos “dividir” o culto ao Senhor com nada nem com ninguém: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto.” (Mt 4.10b). Por maiores que sejam as revelações que venham por um ser criado, mesmo sendo um anjo, ao se prostar para adorar outro que não seja Deus, você ouvirá: “Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus: adora a Deus.” (Ap 19.10).


A igreja está no mundo, mas não pertence ao mundo. Ela já saiu do “Egito” e deve lutar e investir para nunca mais tornar para lá, nem usar o perfil de lá para o culto a Deus. Ela funciona como luz para as nações, como um farol para o marinheiro, uma bússola para o desorientado. A igreja deve apontar sempre para Jesus e só para Ele que é o “único caminho para o Pai”.


Pr. Valdemberg Viana