Neste trecho de Marcos, vemos Jesus chamando os primeiros discípulos: Simão (Pedro), André, Tiago e João. Um dos grandes questionamentos que o texto levanta é: que tipo de chamado é esse que faz homens deixarem imediatamente tudo para seguir alguém? Sem um plano detalhado, sem metas claras ou garantias, eles abandonam emprego, família, e estabilidade para seguir Jesus. Por quê? A resposta está na autoridade de quem chama. Marcos está mais interessado em mostrar quem é Jesus do que nos impressionar com os discípulos. A prontidão dos discípulos em seguir revela algo grandioso sobre o próprio Cristo. O chamado não começa com os homens, mas com Deus. Jesus é o Deus encarnado que vem até o pecador. E é esse amor que nos atrai, que nos convence, que nos transforma. Os relatos paralelos de João 1 e Lucas 5 indicam que esses homens já haviam tido contato com Jesus anteriormente. André, por exemplo, era discípulo de João Batista e havia falado do Messias a seu irmão Pedro. Isso mostra que o chamado foi imediato, mas não irracional. Havia uma preparação, e no tempo certo, Jesus veio ao encontro deles com um convite definitivo: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens”. Aqui aprendemos duas grandes verdades. A primeira é que Deus é o resgatador. Ele vem ao encontro do homem. Não é o pecador que busca a Deus, pois está espiritualmente morto. Deus toma a iniciativa. Toda disposição em seguir a Cristo só é possível porque Ele veio até nós. A salvação não é mérito humano, mas graça divina. A segunda verdade é a disposição dos discípulos. Eles responderam de forma imediata, deixando tudo. Seguiram Jesus sem reservas, sem saber o que viria, mas confiando plenamente n’Ele. Isso nos ensina que ser discípulo é viver para Cristo, abrindo mão dos próprios interesses. Não significa, necessariamente, abandonar profissão ou casa, mas abandonar a vontade própria. Outro ponto interessante é que os discípulos não eram pobres miseráveis. Eles tinham empregados, barcos, redes e até sociedades de pesca. Eram homens simples, mas não pobres. Isso nos mostra que seguir a Jesus não é sobre condição social, mas sobre o coração. Jesus chama pessoas comuns para viverem de forma extraordinária. Ele não chama para seguir ideias, mas para segui-Lo. O chamado é para deixar tudo e viver uma nova vida. A obra é dele, e Ele nos chama para sermos parte. Você tem vivido como um verdadeiro discípulo ou apenas como um religioso casual? Um discípulo verdadeiro vive com Cristo no centro. Nada mais importa além d’Ele. Que possamos responder ao chamado com prontidão e viver para a glória do nosso Senhor. Quando Paulo declara em Filipenses 1.21: “Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro”, ele revela que o verdadeiro discípulo de Cristo responde ao chamado e à autoridade do Senhor com entrega total. Não se trata de uma dedicação parcial, mas de uma vida inteiramente vivida para Cristo. Que essa também seja a sua confissão sincera: “O meu viver é Cristo.” Pr. João Antônio Pereira Neto
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