Deus não criou o homem para viver só (Gn 2.18). Somos criados para a comunhão. Isso se aplica muito bem a igreja local. “O cristão pode ser órfão e sem família terrena. Pode não ser casado ou pode ter perdido o cônjuge que amava. Pode ter sido lançado no ostracismo pela sociedade devido a sua fé. Ele pode ser rodeado de pessoas de antecedentes culturais totalmente diferentes. Contudo, o cristão ligado a uma igreja local nunca está sozinho” (John Onwuchekwa, Oração: como a oração comunitária molda a igreja).
Uma igreja local é um lugar de comunhão em que ninguém deve viver sozinho. No meio dessa comunhão recebemos e sustentamos outros por meio das orações. Somos estimulados em nossa fé nos cultos públicos e nas reuniões oficiais dos ministérios. Somos edificados em momentos informais que acontecem naturalmente quando estamos juntos.
Em um dos momentos mais difíceis da vida, Jesus chamou seus discípulos para estarem com ele. “A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo” (Mt 26.38). O próprio Jesus nos ensina o valor da comunhão para os que estão angustiados. Infelizmente, muitas vezes não abrimos o coração quando estamos sofrendo. Diante da angústia, queremos passar uma imagem de que está tudo bem. Contudo, ao fazermos isso estamos nos privando de receber auxílio e edificação.
A comunhão faz o cansado se fortalecer. Enquanto fugia de Saul, Davi viu se reunir com ele “todos os homens que se achavam em aperto, e todo homem endividado, e todos os amargurados de espírito, e ele se fez chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens” (1 Sm 22.2).
O apóstolo Paulo recebeu auxílio dos irmãos diante da perseguição. “Sobrevieram, porém, judeus de Antioquia e Icônio e, instigando as multidões e apedrejando a Paulo, arrastaram-no para fora da cidade, dando-o por morto. Rodeando-o, porém, os discípulos, levantou-se e entrou na cidade” (At 14.19-20a).
Paulo afirmou a importância de “chorar com os que choram e se alegrar com os que se alegram” (Rm 12.15). A comunhão proporciona dividirmos os momentos bons e ruins da nossa peregrinação nesta terra. Quanto mais comunhão uma igreja tiver, mais o mundo irá reconhecer que aquelas pessoas amam a Jesus (Jo 13.35).
Devemos crescer em comunhão, deixando a superficialidade e a indiferença e aplicando os mandamentos de mutualidade das Escrituras em nossa vida e na igreja local. Somos chamados a orar, amar, não falar mal, aconselhar, encorajar, exortar, cuidar e muito mais. Como diria a antiga canção: “como é doce a comunhão dos remidos do Senhor”.
Pr. Vinícius Ferreira
ICE Nova Vida-SP