A prática do dízimo acompanhou todos os estágios da história do Povo de Deus. A entrega dos dízimos foi feita pelos patriarcas. Abraão, por exemplo, ao encontrar-se com o Sacerdote Melquisedeque, de tudo lhe deu o dízimo. (Gn 14.20).
Mais tarde na história do povo de Deus, Jacó, após uma experiência maravilhosa com o Senhor, declara: “De tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo” (Gn 28.22).
Tal prática acompanhou o povo de Deus o tempo todo. Moisés, ao legislar em nome do Senhor para o povo da promessa, não abdicou desta prática em momento algum. Ele cita a prática dos dízimos quase 30 vezes em seus escritos. Afirma ele que o dízimo será santo do Senhor (Lv. 27.32).
Malaquias, por sua vez, e representando os demais profetas, interpelou o povo porque negligenciava a prática dos dízimos. Ele é enfático ao dizer que a não entrega do mesmo é como o pecado de roubo: Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas (Ml 3.8). Já no Novo Testamento, notamos que os contemporâneos de Jesus conheciam muito bem esta prática. O próprio Salvador fez menção dela em seu ensino (Mt. 23.23; Lc 11.42).
Finalmente somos informados que as igrejas espalhadas pelo mundo nutriam a doutrina e a prática dizimal.
O autor aos Hebreus não fez nenhuma questão de explicar o sentido da entrega dos dízimos, mas citou esta prática como algo conhecido e familiar ao descrever que Levi pagou os mesmos a Melquisedeque através de Abrão. Afirma o autor sagrado que Abraão separou o dízimo de tudo (Hb 7.2) e entregou a Melquisedeque. Este recebeu os dízimos de Abraão e abençoou o que tinha as promessas (v.6). Da mesma forma, durante os últimos dois mil anos foi comum à igreja de Cristo a prática do dízimo.
Conquanto sempre houvesse críticos quanto a esta prática, ela nunca deixou de acontecer. Será que Deus permitiria uma prática tão comum em sua igreja durante tanto tempo se Ele não se agradasse dela?
Será que a igreja esteve errada nestes últimos dois mil anos ensinando a contribuição dizimal e Deus nada fez para impedi-la de continuar? Penso que não. Tantos modismos já passaram pela igreja e não prevaleceram, mas a prática do dízimo nunca deixou de acontecer.
Neste sentido devemos prestar atenção nas palavras de Gamaliel que diante do trabalho dos apóstolos de Cristo disse: “Mas, se é de Deus, não podereis destruí-los, para que não sejais, porventura, achados lutando contra Deus...” (At 5.39).
De fato, o que é de Deus prevalece e sempre dá certo. Se a entrega do dízimo foi comum a todo o povo de Deus, em todo tempo, então cabe a mim e a você também praticá-lo.
